
Parada admirava os pequenos pontos brancos, aquela neve do mais puro inverno. Será que retornaria a tocar? A Pureza infindável? Poderia eu esquecer as folhas de Março que traziam o brilho aquele jardim, o meu jardim? E olhava para os céus, a chuva caia, o tempo fechado estava, e dentro em mim pedia, pelas primaveras que outrora existiam. A cerejeira do jardim derramava suas folhas sobre o chão, mas não via as cores, as puras cores. E procurava o Jardineiro que cuidava da minha primavera, onde estava? E lágrimas escorriam derretendo o gelo, que inclinava sobre o meu precioso jardim. Ele me observava de longe, e olhava para mim, no silêncio esperava, ele me dizia com o olhar: - Eu sempre cuido das flores deste jardim.
A pequena esperança pousava sobre as flores e folhas de Março, que enfeitavam todo o chão. E passo a passo caminhei sobre as flores, que ali estavam caídas.
Me esvaziei, podia sentir novamente a canção, a brisa que de longe vinha.
Minhas mãos mergulhavam no rio daquele jardim.
E aquela Cerejeira se tornou ilustre, haveria outros outonos, mas ela sempre estaria florida. Peguei a mais bela flor do Jardim e dediquei aquele Jardineiro, a qual eu confiei todas as minhas primaveras. (Shaianne Ferraz)
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